sexta-feira, 20 de abril de 2007

"Ciberdente" libera remédio na hora certa



Um "ciberdente" que libera doses de remédio automaticamente para pacientes crônicos poderá substituir as pílulas e injeções para quem tem dificuldade de lembrar de tomar os medicamentos. A União Européia está financiando o Intellidrug Project (projeto de remédios inteligentes) para desenvolver um dispositivo cibernético oral controlado remotamente que, colocado na boca do paciente, libera o remédio de acordo com horário e quantidade programadas.

O aparelho pode ser fixado na boca do paciente como uma espécie de ponte ou como um implante. "O dispositivo será crucial, em primeiro lugar, para pacientes que têm problemas de memória, como mal de Alzheimer", explicou Ben Z. Beiski, um dos desenvolvedores, no Centro Médico Assuta, em Tel Aviv, Israel. "Em vez de ter uma enfermeira correndo atrás para lembrá-lo do remédio, teremos um aparelho que o faz automaticamente", completou, acrescentando que o método também é adequado para tratar quem tem ataques de asma, especialmente aqueles ataques noturnos, já que o programa permite liberar o remédio na hora em que se quiser.
O médico pode gravar também, no aparelho, a informação de quando o remédio deve ser administrado, a idade do paciente, seu peso e histórico médico. Na hora de dar o remédio, um painel se abre no dispositivo e libera a dose programada na boca do paciente, onde facilmente ela se mescla com a saliva e entra no fluxo sanguíneo.
IncompatibilidadeO método também traz algumas desvantagens. Qualquer objeto estranho implantado no corpo pode produzir infecção, e há alguns remédios incompatíveis com o sistema.
O dispositivo oral se integra a outros aparatos médicos de dispersão lenta, como algumas cápsulas e injeções, que liberam lentamente a medicaão para minimizar efeitos colaterais. "Mas alguns remédios não podem ser embalados nem preparados para dispersão lenta", alerta Yoram Altschuler, especialista em farmacologia e sistemas orais de medicaão da Universidade Hebrea. O álcool, por exemplo, leva menos de uma hora para se introduzir no corpo da pessoa, exemplificou.
E se o paciente, acidentalmente, engole o dispositivo? De acordo com Beiski, o dispositivo tem uma "matriz protetora" que o envolve, e no caso de ingestão acidental, continuaria a liberar o remédio em doses mínimas para que não haja perigo ao paciente, disse ele.
O produto entrará em fase de testes com humanos, para depois se decidir sobre sua comercialização. Mais informações podem ser encontradas no endereço http://www.intellidrug.org/



Fonte-Reuters/Terra

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